Durante o Outubro Rosa, o Governo do Estado amplia os cuidados com a saúde das mulheres para prevenção e tratamento do câncer de mama. As ações, coordenadas por equipes da Secretaria de Estado da Saúde (SES), tem como objetivo orientar o público sobre os serviços, medidas preventivas e de tratamento disponíveis na rede de saúde. 

As equipes das unidades da rede estadual de saúde têm realizado oficinas e palestras sobre o tema com participação de mulheres. Porém, durante todo o ano, as unidades e serviços desenvolvem estratégias para o fortalecimento da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. 

A enfermeira Camila Karolyne Marques Leal participou de ação do Outubro Rosa realizada na Maternidade Benedito Leite, na última sexta-feira (20). Na ocasião, destacou também como detectou, em 2020, um caroço nas mamas não sentido antes.  

Era o início de uma jornada de tratamento contra o câncer de mama que ela passou a viver e, depois, se tornou uma palestrante e ativista. Camila tinha 33 anos quando recebeu o diagnóstico. Em luto pela morte dos pais, ela também passou por uma separação e foi encarar o desafio cuidando de um filho. "Como em tudo na minha vida, a perda dos meus pais foi uma etapa muito dolorosa. Não é fácil descobrir que você vai conviver com uma doença grave e letal, e por isso o diagnóstico precoce é muito importante para eficácia do tratamento", disse.

A enfermeira passou por quimioterapia, radioterapia e há 60 dias fez uma nova cirurgia. Ela é acompanhada pela equipe médica e o tratamento com hormonioterapia e a quimioterapia tem o prazo de 10 anos. Ao todo, ela contabilizou duas cirurgias, 18 sessões de quimioterapia, 29 sessões de radioterapia, 19 sessões de hormonioterapia e diariamente toma quatro medicações diferentes. "Normalmente, a gente cuida e não é cuidado. Mas como na minha família temos o histórico de outras doenças eu sempre tive atenção à prevenção e os cuidados com a saúde integral. Manter a autoestima e espiritualidade fortalecidas também tem me ajudado bastante em todo esse processo", ressaltou Camila.

Algumas orientações a partir da experiência pessoal foram complementadas pela enfermeira. A indicação de manter hábitos saudáveis também reforça a prevenção da doença, com rotina de exercícios físicos e alimentação balanceada. Um dos exames mais importantes é a mamografia, que permite o diagnóstico de nódulos ainda no início, bem como as consultas de rotina. 

O depoimento emocionou as mulheres presentes na palestra a despertou o interesse de dar mais atenção com a saúde integral. Rosângela Ferreira, de 60 anos, que trabalha como auxiliar administrativo na maternidade, também fez seu relato de experiência no tratamento da doença. 

"Hoje, estou curada. Eu recebi o diagnóstico em 2015, fiz quimioterapia, radioterapia e fui acompanhada periodicamente. Primeiro, de 3 em 3 meses; depois, de 6 em 6 meses; por fim, de ano em ano, até receber diagnóstico de cura. Muita gente se esconde do tratamento o que é um grande perigo e quando busca ajuda já é tarde demais", finalizou Rosângela.

Referência materno-infantil
A Maternidade Benedito Leite oferece atendimento de urgência e emergência em obstetrícia em São Luís com leitos de enfermaria para o alojamento conjunto de gestantes em pré-parto, parto e puerpério. Entre os diferenciais, além do parto humanizado, estão o Centro Sentinela de Planejamento Reprodutivo, que trabalha o planejamento familiar com métodos contraceptivos (injetáveis, orais e implantação do DIU). As reuniões de planejamento acontecem toda sexta no horário das 9h e das 10h.

A unidade de saúde dispõe também de serviço de UTI Neonatal, com estrutura de 10 leitos e apoio à amamentação, com serviço de coleta domiciliar de leite humano para pasteurização e oferta aos bebês internados; além de serviços de exames de imagem em análise clínica, ultrassonografia, teste rápido de HIV e triagem neonatal (pezinho, linguinha, orelhinha e coraçãozinho). A maternidade realiza ainda rodas de conversa, semanalmente, com gestantes. Somente neste ano foram 2.955 partos. A unidade da rede da SES é gerenciada pelo Instituto Acqua.