Saúde Doenças
Casos da doença mão-pé-boca cresceram 149% no estado de SP em 2023
De janeiro a março deste ano, ocorreram 391 surtos da enfermidade
22/04/2023 09h42
Por: Carlos Santos Fonte: Agência Brasil

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) registrou um aumento de surtos da Doença Mão-Pé-Boca (DMPB) no estado. De janeiro a março deste ano, ocorreram 391 surtos da enfermidade, sendo que, no ano passado, no mesmo período, havia 157 notificações, o que representa um aumento de 149% em 2023. Durante todo o ano de 2022, foram contabilizados, em todo o estado, 387 surtos da doença, que pode se intensificar no outono, como as enfermidades respiratórias bronquite e sinusite.

 

Essa é uma síndrome viral, sazonal e mais frequente em crianças de até cinco anos, cuja transmissão ocorre por meio de secreções de vias aéreas, gotículas de saliva, via fecal-oral e pelo contato com lesões. Os fatores que provocam a circulação do vírus são socioambientais, e a prevenção ocorre por meio de medidas básicas de higiene, como lavar bem as mãos e evitar aglomerações, especialmente durante época de surto.

 

O vírus habita o sistema digestivo e pode provocar estomatites (um tipo de afta que afeta a mucosa da boca), causando febre alta nos primeiros dias e, posteriormente, pequenas bolhas nas mãos e nas plantas dos pés, manchas vermelhas na boca, amídalas e faringe. Também podem ocorrer sintomas como falta de apetite, vômitos e diarreia. Além disso, por causa de incômodos, vem a dificuldade para engolir e muita salivação.

 

“Geralmente, como ocorre em outras infecções por vírus, a doença regride espontaneamente após alguns dias. Não existe vacina contra esta doença, portanto na maior parte dos casos tratam-se apenas os sintomas”, explicou a infectologista infantil do Hospital Darcy Vargas, Helmar Abreu Rocha Verlangieri.

 

Após a contaminação, o período de incubação do vírus pode variar de 1 a 7 dias, na maioria dos casos. O vírus pode permanecer em secreções da mucosa oral por até 2 semanas e na via respiratória de 1 a 3 semanas após a infecção.

 

Prevenção

 

 

Tratamento

 

Não há tratamento específico para DMPB, e a recuperação poder durar entre 7 e 10 dias. O uso de analgésicos, antitérmicos e hidratação pode auxiliar na recuperação. Manter isolamento social, enquanto durar a fase de surto da doença, também é recomendado, por exemplo evitar que a criança frequente a creche por cerca de sete dias ou até o desaparecimento das lesões de pele.