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Dono de agência de publicidade que atendia a 123milhas diz não saber quanto a empresa gastou com propaganda
A CPI das Pirâmides Financeiras fez sua última reunião para depoimentos nesta quinta-feira (5) para ouvir três testemunhas que têm relação com a 12...
05/10/2023 19h15
Por: Redação Portal Verdes Campos Sat Fonte: Agência Câmara de Notícias

A CPI das Pirâmides Financeiras fez sua última reunião para depoimentos nesta quinta-feira (5) para ouvir três testemunhas que têm relação com a 123milhas, empresa que está em recuperação judicial e que não honrou a venda de passagens aéreas.

Um dos depoentes foi o pai dos donos da empresa, José Augusto Madureira, listado como sócio da empresa de publicidade Caeli, que atende a 123milhas. Ele afirmou ao presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), que fez parte da 123milhas apenas no começo, quando supervisionava a área de recursos humanos, mas que não se dedicou à empresa.

“Não tínhamos exclusividade, mas fizemos contrato com a 123milhas. Eu procurava, dentro das minhas limitações - porque não sou expert no assunto -, verificar se estávamos conseguindo os melhores preços para a atuação da 123milhas junto aos meios de comunicação, exclusivamente TVs. Isso é natural, porque a 123milhas é dos meus filhos”, afirmou.

Segundo o depoente, a empresa de publicidade Caeli recebia até 20% dos contratos de publicidade da 123milhas como comissão.

Mas, quando o relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP), perguntou a José Augusto Madureira sobre os gastos da 123milhas em publicidade, ele não soube responder e disse que não se lembrava.

José Augusto Madureira afirmou não saber também quanto tem a receber da empresa 123milhas, e que não se lembra dos depósitos feitos a outras empresas. Ele afirmou que a Caeli continua no mercado, que tem outros clientes além da 123milhas, mas não soube citar nenhum.

Outras depoentes
Também foi convidada para depor Antônia Cristina Soares Madureira, que é esposa de um dos proprietários da 123milhas, Augusto Madureira, mas ela disse não saber o motivo da crise da empresa. Ela afirmou nunca ter recebido recursos da 123milhas, mas já fez empréstimos aos filhos, todos registrados; e disse também nunca ter participado da empresa de publicidade do marido.

Já Larissa Rodrigues Garcia, que também depôs na mesma reunião, disse nunca ter recebido recursos da 123milhas, mas já fez um empréstimo no início de 2021 para os sócios da empresa, Cristiane Soares Madureira e Ramiro Soares. Ela não quis dizer o valor, mas os empréstimos têm contrato registrado e declarado no Imposto de Renda. Para que esses detalhes pudessem ser discutidos, o depoimento de Larissa Rodrigues Garcia foi transformado em reunião secreta.

O marido de Larissa Rodrigues é primo dos donos da 123milhas. Ela também vendeu uma fazenda de 185 hectares a José Augusto Madureira há menos de dois anos, paga em três parcelas.

Relatório
O presidente da comissão, deputado Aureo Ribeiro, disse que o relatório final da CPI será apresentado na semana que vem. “Vamos apresentar o relatório na próxima segunda-feira para ser votado, finalizando um trabalho de uma comissão parlamentar de inquérito da Câmara dos Deputados. Essa é a última oitiva nossa aqui no plenário, não temos mais tempo hábil de ter outras”, explicou.

Na última semana de setembro, o relator da CPI, deputado Ricardo Silva, antecipou o teor do relatório final. Ele citou avanços na investigação das fraudes da agência de viagens 123milhas. Segundo ele, as quebras de sigilo demonstraram que a empresa é fraudulenta desde o início de suas atividades, em 2019.

O deputado disse também que será apresentado um projeto de lei para disciplinar os programas de fidelidade das companhias aéreas, conhecidos como programas de milhas.