A estudante Amanda Bessa Pascoal, da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Francisca Rocha Silva, no município de Jaguaruana, escreveu artigo com base em um projeto desenvolvido na unidade de ensino, que busca lançar luz ao tema do autismo no ambiente de aprendizagem. O texto foi publicado na coluna“Vozes da Educação”, do portal de notícias Deutsche Welle, empresa pública de comunicação da Alemanha, que difunde conteúdos de várias regiões do mundo.
“Eu senti que deveria escrever sobre o nosso projeto e da importância que teve/tem em nossa escola e na sociedade em geral para promover a compreensão do autismo. Procuramos entender as necessidades e desafios de estudantes autistas conversando diretamente com eles”, explica a jovem, que tem 18 anos e cursa a 3ª série do Ensino Médio.
A partir da iniciativa, a EEEP Francisca Rocha Silva passou a ter um espaço dedicado a este público: uma sala silenciosa e especialmente decorada para receber alunos autistas, no momento do intervalo entre aulas, para que se sentissem mais confortáveis na escola. “Percebemos o quão fundamental é ter um ambiente tranquilo para eles. Acredito que muitas escolas tenham estudantes autistas, por isso a importância da compreensão e empatia”, diz Amanda.
Além disso, as ações em prol da causa também envolvem convidar equipes do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e nutricionistas para palestrar na escola sobre o autismo. E ainda, foi criada uma conta no Instagram para compartilhar conhecimentos e desconstruir estereótipos a respeito do tema.
“Após essas ações, percebemos que as pessoas passaram a entender melhor. Segui meu coração e escrevi o texto para a coluna com imenso carinho. Para isso, conversei com o Vinicius de Andrade, fundador do Salvaguarda, projeto social belíssimo que auxilia estudantes de todo Brasil a estudar para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e outros vestibulares. Ele é responsável pela coluna “Vozes da educação” no jornal DW Brasil, que tem publicações semanais escritas por ele e por outros jovens estudantes do Brasil. Até então, nunca havia passado pela minha cabeça escrever um texto para publicar, mas ao me envolver fortemente no projeto, percebi a importância de se falar na sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA)”, explica a estudante.
Amanda revela que gosta muito de escrever, principalmente, poesia. “É a forma que encontro para traduzir minha alma. É a minha maneira de me expressar, e foi por meio dela que cheguei a tantas pessoas. Foi muito gratificante ver nosso projeto ganhar destaque na imprensa nacional. É uma sensação inefável, gratificante e de felicidade ao ver nosso trabalho tocar vidas, com tanto significado e compreensão. Sinto que estou seguindo meu propósito de vida. Espero que as pessoas possam enxergar nosso projeto como uma forma de inspiração para praticar o bem e ajudar outras pessoas. Estou muito grata a Deus, ele é o responsável por isso tudo ao colocar cada sonho e desejo em meu coração e torná-los realidade”, ressalta.