Uma pesquisa da Universidade Federal do Piauí (UFPI) comprovou o que muita gente que sofre com enxaqueca pode agravar o problema, com o consumo de melancia. O estudo, publicado internacionalmente, consistiu em um ensaio clínico que monitorou a reação dos participantes após a ingestão do alimento.
O trabalho é do pós-doutor em Ciências Farmacêuticas Silva Néto, que também é professor da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDpar), no litoral do estado. Em entrevista a Rede de Rádios Verdes Campos Sat, o professor informou mais detalhes sobre a pesquisa. “A amostra foi basicamente composta por estudantes de medicina da UFPI, na qual foram colocados dois grupos para testes de análises. Após a ingestão da melancia pelos grupos participantes do processo, foi comprovado que a dor de cabeça ocorreu nas pessoas que tem a pré-disposição a sentir a dor de cabeça. Já as pessoas que não tinha pré-disposição para sentir a dor não sentiram sintomas da doença”. Relatou o professor.
“Vale lembrar que a enxaqueca é uma doença genética, ela não é dor de cabeça, a enxaqueca é uma doença. As pessoas que tem enxaqueca sentem dor de cabeça. Quem tem enxaqueca não pode ficar mais de 4 horas sem comer que pode sentir a dor, já quem não tem pré-disposição pode ficar muito sem comer que não sente nada”. Destacou.
A pesquisa
O resultado mostrou como a ingestão da melancia resulta na criação de óxido nítrico, molécula com várias funções no nosso organismo, dentre elas, a dilatação dos vasos sanguíneos.
Isso acontece porque a melancia é a principal fonte natural de citrolina, um aminoácido encontrado em algumas hortaliças, mas principalmente na melancia. Esse aminoácido se converte em outro, a arginina, que resulta no óxido nítrico.
Durante o estudo, foram formados dois grupos, divididos entre pessoas que tinham enxaqueca e as que não eram acometidas pela doença. Ambos ingeriram melancia e depois de 2 horas foi feita a dosagem sanguínea para determinar os níveis séricos de nitrito.
Ao fim, foi concluído que 29% do grupo com enxaqueca sentiu, após o consumo, dor de cabeça novamente. Enquanto aqueles que não tinham a doença não tiveram complicações.