A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) realizou, nesta quarta-feira (30), a solenidade de posse do novo Conselho Gestor do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Cerest). Na ocasião, 36 conselheiros provenientes de diversas entidades, como sindicatos e associações, foram empossados para cumprir mandato no biênio 2023-2025.
“O intuito é que os novos representantes tragam as reais demandas dos trabalhadores, considerando as diferentes regiões do Estado. O Ceará é plural, e o mundo do trabalho também, por isso a gente tenta fortalecer a regionalização da saúde”, explica a titular do Cerest, Mara Tavares. A gestora reforça, ainda, que o Conselho fortalecerá a fiscalização de situações envolvendo, por exemplo, jornadas de trabalhos exaustivas, uso excessivo de agrotóxicos e riscos ocupacionais que causam adoecimentos.
Membro do Conselho Pastoral dos Pescadores, Camila Gomes integra o novo corpo de conselheiros. A representante lembra quando o Cerest atuou em comunidades pesqueiras situadas na foz do Rio Jaguaribe e no litoral de Fortim e Aracati, durante um contexto do derramamento do petróleo, em 2019. “O Cerest teve e tem um papel muito importante na vida dos pescadores artesanais, especialmente quando realizou o processo de vigilância ambiental. Atualmente, nós contamos com o apoio da entidade para seguirmos lutando pela defesa do nosso território, reconhecimento de trabalhadores e trabalhadoras e respeito à nossa cultura”, explica.
O Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Cerest) atua como serviço especializado, sendo responsável pelo atendimento de trabalhadores com encaminhamentos de Unidades Básicas de Saúde. O Cerest realiza avaliação por meio de escuta e anamnese ocupacional para compreender o histórico de saúde do trabalhador. As ações de assistência do Conselho têm como foco elucidar a relação do adoecimento com o trabalho.
Como órgão fiscalizador, o Cerest também tem a competência para fazer vigilância nos ambientes. “No mundo contemporâneo, temos uma ascensão muito grande da informalidade. Em cada território, de cada região de saúde, nós temos Cerests regionais, com serviços mais próximos aos municípios. Por meio do suporte técnico e pedagógico do Cerest estadual, nós tentamos alinhar as ações para que, realmente, as questões dos trabalhadores sejam priorizadas, em um plano de ação de serviços”, pontua Mara.